História
Paracatu
Minas Gerais – MG
Histórico
O interior do Brasil foi esquadrinhado pelos, pelos
pecuaristas e pelos aventureiros durante todo o período colonial. Em 1744 os
bandeirantes Felisberto Caldeira Brant e José Rodrigues Frois comunicaram à
coroa o descobrimento das minas do vale do Paracatu. Existem indícios de que o
arraial já havia sido fundado muitos anos antes, pois a essa época já se tem
conhecimento da existência de casas de morada e igrejas no local. Após essa
descoberta, não surgiu no cenário das Gerais nenhuma nova região aurífera de
importância. Portanto, “a última grande descoberta aurífera das Minas Gerais
ocorreu no Vale do Rio Paracatu no início do século XVIII”.
A conquista da região vinha sendo estruturada há muitos
anos. Em 1722, quando Tomás do Lago Medeiros recebeu a patente de Coronel de
Paracatu, o direito de guardamoria e o privilégio de distribuição das datas de
terras desta região, o ouro não havia sido descoberto, mas a região já era
conhecida e havia a expectativa da descoberta de metais preciosos por ali. Em
documento datado de 1722, era exigido dele como contrapartida pelos privilégios
recebidos, zelar pela boa composição do povoamento a ser estabelecido nestas
paragens: “terá grandíssimo cuidado de que na gente com que entrar na dita
conquista haja toda quietação e sossego, para o que aproveitara muito não levar
em sua companhia criminosos, nem malfeitores antes pessoas que vão só a ela,
não por fugirem à justiça, mas por buscar a conveniência nos descobrimentos”.
Os cuidados que as prováveis regiões mineradoras mereciam
das cortes portuguesas indicam a importância dessa atividade para a economia da
época.
Descoberto o ouro, a atração exercida pela abundância com
que este fluía de seus veios d’água contribuiu para o rápido crescimento do
Arraial de São Luiz e Sant’Anna das Minas do Paracatu. Após período de grande
crescimento, o arraial foi elevado à vila com o nome de Paracatu do Príncipe,
em 1798, por um alvará de D. Maria (a louca).
A efêmera riqueza logo se dissipou e o declínio produtivo do
ouro aluvial provocou a decadência econômica da vila. Dos tempos de glória, a
cidade conservou duas igrejas construídas no século XVIII – tombadas pelo
patrimônio histórico – que abrigam uma grande coleção de imagens sacras dos
séculos XVIII e XIX.
A cidade retomou seu crescimento com base na agropecuária e
viveu uma efervescência cultural no século XIX, da qual ainda hoje se orgulha.
Desta época ainda existe um conjunto arquitetônico com características
particulares e um interesse por todos os tipos de manifestações artísticas e
culturais.
Em meados do século XX, com a construção de Brasília, a
região tomou novo impulso e Paracatu beneficiou-se da sua situação às margens
da BR 040. A transferência da capital federal para o interior do país já havia
sido sugerida durante o período monárquico por José Bonifácio de Andrada, que
apontou como ideal a localização da comarca de Paracatu. A modernidade chegou
trazendo inúmeras transformações, que vão desde um incremento da economia até
uma mudança de mentalidade que inclui novos valores, nova arquitetura e novo
estilo de vida.
Paracatu conta hoje com uma agricultura altamente
tecnificada, implantada em larga escala; com uma pecuária intensiva; uma
exploração mineral das mais modernas do mundo; convivendo com uma exploração
agrícola rudimentar de subsistência e uma pecuária extensiva. No campo da
mineração, o antigo método do garimpo foi interditado.
A cidade se mantém como pólo irradiador de cultura, de
tecnologia e de desenvolvimento dentro da região Noroeste de Minas Gerais e se
orgulha de sua gente hospitaleira, laboriosa e da sua tradição artística e
cultural.
Formação Administrativa
Distrito criado com denominação de Paracatu do Príncipe por
Alvará de 26-10-1798, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Paracatu do
Príncipe por Alvará de 20-10-1798, sendo desmembrado de vila de Sabará. Sede na
antiga vila de Paracatu do Príncipe. Instalada em 18-12-1799.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Paracatu
pela Lei Provincial n.º 163, de 09-03-1840.
Pela Resolução de 31-05-1815 e pela Lei Estadual n.º 2, de
14-09-1891, é criado o distrito de Buritis e anexado ao município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 239, de 30-11-1842, e pela Lei
Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Guarda-Mor e anexado ao
município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 1.627, de 06-11-1869, e pela Lei
Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Lajes e anexado ao
município de Paracatu.
Pela Lei Provincial n.º 1.993, de 13-11-1873, e pela Lei
Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Rio Preto e anexado ao
município de Paracatu.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, foram criados o
distritos de Formoso e Morrinhos e anexados ao município de Paracatu.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município
é constituído de 7 distritos: Paracatu, Buritis, Formoso, Guarda Mor, Lajes,
Morrinhos e Rio Preto. Assim permanecendo nos quadros de apuração do
Recenseamento Geral de 1-IX-1920.
A Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, desmembra do
município de Paracatu os distritos de Buritis, Formoso e Arinos para
constituírem o novo município de São Romão. Pela mesma Lei Estadual é criado o
distrito de Garapuava e anexado ao município de Paracatu. O distrito de Rio
Preto tomou o nome de Unaí.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o
município é constituído de 5 distritos: Paracatu, Guarapuava, Guarda-Mor, Lajes
e Unaí.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, é criado o
distrito de Vazantes com terras desmembradas do distrito de Guarda-Mor e
anexado ao município de Paracatu.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, o
município é constituído de 6 distritos: Paracatu, Garapuava, Guarda-Mor, Lajes,
Unaí e Vazante.
O Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, desmembra
do município de Paracatu os distritos de Unaí, Fróis e Garapuava, para
constituírem o novo município de Unaí.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944 a 1948, o
município é constituído de 3 distritos: Paracatu, Guarda-Mor e Vazante.
Pela Lei n.º 336, de 27-12-1948, o distrito de Vazante teve
sua grafia alterada para Vasante.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é
constituído de 3 distritos: Paracatu, Guarda-Mor e Vasante.
A Lei n.º 1.039, de 12-12-1953, desmembra do município de
Paracatu os distritos de Vasante e Guarda Mor, para constituírem o novo
município de Vazante.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é
constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada
de 2014.
Fonte
IBGE