Painel discutiu sobre como as
empresas estão enfrentando os desafios na busca por novas tecnologias; a
proposta é que atividade possa gerar menos impactos ambientais e ter riscos reduzidos.
A
mineração enfrenta momentos de grandes desafios, principalmente no que se
refere ao desenvolvimento e à adoção de novas tecnologias para redução dos
impactos ambientais e sociais. Com as presenças do Diretor Executivo de
Relações Institucionais da Vale S.A, Luiz Eduardo
Osorio, e do Presidente da Anglo American no Brasil, Wilfred Bruijn, o debate
abordou o “Papel das Empresas Mineradoras na Nova Mineração
Brasileira”, durante o
III Encontro Nacional de Municípios Mineradores, e foi mediado pelo consultor
de Relações Institucionais e Desenvolvimento Econômico da AMIG, Waldir
Salvador.
Durante o encontro, os participantes mostraram ter consciência da importância da mineração para Minas Gerais, sendo inclusive, a base econômica de vários municípios, mas deixaram clara a preocupação em tornar a atividade mais segura. O consultor de Relações Institucionais e Desenvolvimento Econômico da AMIG, Waldir Salvador, ressaltou a necessidade de uma mudança generalizada, que inclui gestores, órgãos públicos, empreendedores e sociedade para uma nova política mineral. “A mineração tem que ser próspera. Que as mineradoras alcancem seus melhores resultados, mas que tenham compromisso na atuação. Estamos falando de uma reeducação na atividade para que, além de gerar prosperidade, seja querida e legitimada pela sociedade”, definiu.
Wilfred Bruijn ministrando a palestra “Papel das Empresas Mineradoras na Nova Mineração Brasileira”.
Para Wilfred Bruijn, dentre os principais movimentos
estruturais do setor estão a enorme cobrança da sociedade para promoção de
maior sustentabilidade socioambiental e o desenvolvimento de um conjunto de
novas tecnologias. “A preocupação não é só com segurança, mas avanços em todos
os aspectos. Para isso, trabalhamos com pesquisas e testes que buscam inovações
em diversas partes do mundo. Estamos preocupados com melhores resultados como
um todo”, afirmou.
Ele aproveitou a ocasião para reforçar a preocupação que a
Anglo American tem com a redução do uso da água de mananciais para mineração. “Temos
uma barragem em Conceição do Mato Dentro (MG), que cumpre função dupla. Ela é
para rejeitos, mas também para contenção da agua de chuva usadas posteriormente
no bombeamento do minério”, explicou.
Reconhecendo que a Vale cometeu erros, Osório mostrou como a
empresa se posiciona. “Não esqueceremos Brumadinho! É uma tragédia de uma dor
incalculável, e estamos reforçando nossa escuta e diálogo com a sociedade.
Acreditamos na tecnologia para buscar novas formas de atuação, para uma
mineração mais segura. Já é realidade o investimento em automação e operação em
minas, o que deixará o processo muito mais seguro". Ele demonstrou que a
Vale reconhece as falhas que causaram os desastres e reafirmou o compromisso de
continuar investindo em Minas Gerais.
“Toda essa tecnologia que vai ser empregada na mineração só faz sentido
se o foco for nas pessoas. A vida tem que ser melhor não só para os
funcionários da empresa, mas para a sociedade que abriga as minas. E essa é a
nova postura da Vale”, garantiu.