Na última sexta, 16/09, o consultor de relações institucionais
e desenvolvimento econômico da Associação dos Municípios Mineradores de Minas
Gerais e do Brasil – AMIG, Waldir Salvador, cedeu entrevista à TV Record. A
entrevista teve como objetivo esclarecer questões sobre exaustão mineral e
diversificação econômica.
É de conhecimento que a mineração tem rigidez locacional, portanto,
as beneficiadoras vão à onde o minério se encontra. Neste processo, a cidade
começa a ter uma arrecadação muito de tributos que favorece as políticas
públicas. A atividade transforma a realidade da cidade. Por exemplo, imagine que uma cidade receba 2
mil funcionários da mineração, estas pessoas irão construir, consumir no
comercio local, irão pagar IPTU e IPVA. Ou seja, os salários destes
funcionários são transformados em tributos para a cidade, seja de forma direta
ou indireta.
“Então, essas cidades brasileiras que são mineradoras, tem
uma dependência econômica municipal da atividade minerária que pode chegar até
90%. Então, quando você finda uma atividade como esta, você não finda somente
geração de emprego, você finda política pública. Porque, quem vai manter a política
pública? Quem irá bancar a saúde, educação, meio ambiente, cultura, esporte,
desenvolvimento e fomento econômico?”, afirma Waldir.
O consultor da AMIG ainda esclareceu a necessidade de as
cidades, os prefeitos e as mineradoras construírem uma relação mais próxima,
com o objetivo de mitigar os efeitos do final da mineração nas cidades, desde o
início das operações. E assim, transformar uma cidade quase monoindustrial em
uma cidade que procura, em outras vocações, a diversificação.
“Toda produção mineral do Brasil está concentra em cerca de 40
municípios. Então, estes têm uma produção muito grande e, consequentemente, uma
dependência da atividade do tamanho da sua produção. Porque não é fácil fazer outra
atividade nestas cidades mineradoras. Por isso, é necessário criar políticas de
fomento para que os fornecedores de mineração não forneçam de longe, forneçam nos
territórios. O que irá garantir a permanência destes empreendimentos nos
territórios, mesmo após o fim da mineração”, disse o consultor de relações
institucionais.
Waldir Salvador ainda destacou a necessidade de o estado se
envolver para contribuir para essa diversificação. “A riqueza mineral que os
municípios distribuem ao estado é absurda, a lavra geológica não está no estado,
está nas cidades. Então o estado tem que reconhecer a importância destas
cidades e nutri-las de competitividade para outros negócios. E quando o estado
faz isso, ela não faz somente para àquela cidade em específico, ele induz uma
região inteira”, esclareceu.