Grupo de Trabalho discute estratégias de melhoria para a BR 040

Projeto prevê contemplar 11 trechos da rodovia entre as cidades de Nova Lima e Carandaí para dar segurança para uma das principais rodovias de Minas Gerais

O Grupo de Trabalho (GT 040), instituído pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil - AMIG, esteve reunido no final de maio, em Belo Vale – cidade localizada a aproximadamente 72km de Belo Horizonte - para dar prosseguimento às discussões relacionadas à segurança da Rodovia Juscelino Kubitscheck (MG-040), que tiveram início em março deste ano, quando o GT foi criado, e debateu o estudo realizado pelo engenheiro civil, Herzio Geraldo Bottrel Mansur, que levantou os problemas de infraestrutura da via, os descuidos, os pontos que trazem maior riscos para a segurança dos usuários e os números de sinistros e mortes ocorridos nos últimos anos. 

Segundo o prefeito de Congonhas e coordenador do GT, Cláudio de Souza, o GT 040 tem trabalhado para chegar a uma proposta que englobe todas as obras necessárias para solucionar os problemas identificador da rodovia em um único projeto, e que seja executável em um curto espaço de tempo. “Nossa intenção é levar a solução e não uma queixa para as demais entidades que farão parte deste projeto. As pequenas ações que, somadas, contribuirão para diminuir os índices de acidentes e mortes na 040”, explicou.

Na ocasião, o engenheiro civil e especialista em obras viárias, Glauco Antônio Melo Oliveira, apresentou a proposta com as soluções para a via, que segundo ele “serão simplificadas, rápidas de execução e com menor impacto social e ambiental”.

Foram considerados em seu estudo, 11 pontos de melhorias ao longo da BR, que engloba o trecho entre os municípios de Nova Lima à Carandaí. Fazem parte da proposta: construções de acessos, duplicações em alguns trechos, afixação de redutores de velocidade, instalações de barreiras de contenção para diminuir as colisões frontais e construções de vias marginais e pontos de retornos mais seguros, nos seguintes pontos da MG-040:

LOCALIDADE

INTERSEÇÃO

Moeda

Interseção no KM 575

Belo Vale

Interseção no KM 597

Pires

Interseção no KM 602

Joaquim Murtinho

Interseção no KM 617

Vila Marquês

Interseção no KM 619

Paulo VI

Interseção no KM 633

Queluzito

Interseção no KM 640

Cristiano Otoni

Interseção no KM 650

Barroso

Interseção no KM 659

Ressaquinha

Interseção no KM 661

Carandaí

Interseção no KM 667


O engenheiro informou que a obra tem uma estimativa de custo aproximado de R$ 175 milhões, e um prazo de execução entre seis meses e um ano. Os prefeitos e os servidores presentes sugeriram acrescentar à proposta, outros pontos importantes da rodovia. Ficou definido que uma nova reunião será realizada após o estudo de inclusão desses locais.

O coordenador do grupo de trabalho enfatizou a importância de se apresentar, com urgência, o projeto aos órgãos competentes, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e às mineradoras, que utilizam a via para escoar suas produções e produtos.

Para Cláudio, o projeto precisa ser apresentado de forma conjunta, não obras separadas, mas um pacote único que englobe todas as obras apresentadas pelo engenheiro e as sugeridas durante a reunião, para que desta forma, todos os municípios sejam contemplados e uma única empresa execute o projeto. “Isso ajudará muito na agilidade da entrega das obras e na padronização dos serviços”, explicou.

Viabilidade de Recursos

Dentre as estratégias apontadas pelo prefeito de Congonhas para captação de recursos para execução do projeto está o investimento coletivo, ou encontro coletivo de contas com a União e o envolvimento financeiro das mineradoras, que são grandes usuárias da rodovia. O objetivo é valer da obrigação delas com a política de “impacto de vizinhança”, que elas precisam promover, mas não o fazem.

Outra sugestão apontada, seria solicitar junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a utilização dos rendimentos da indenização que a Samarco pagou devido aos acidentes de Brumadinho e Mariana. “Apenas com os juros mensais deste dinheiro, que deve estar na casa dos R$4 bilhões, pagamos todos os custos do projeto. Mas para isso, precisamos estar unidos e decidir o pacote de obras, e então apresentar para as mineradoras e aos órgãos envolvidos e Ministério Público de Minas Gerais”, explicou.

O prefeito de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares, disse estar confiante na execução destas obras ao longo deste trecho que tem um número maior de registro de acidentes e muitos deles envolvendo carretas. Ele também destacou a importância de criar estudos específicos para que o número de carretas seja diminuído na BR O40, “criando uma rota exclusiva para os caminhões e cargas de mineração e isso já ajudaria muito e reduziria boa parte do fluxo de carretas ao longo da BR”, sugeriu.

O tema foi corroborado pelos prefeitos presentes que apresentaram rotas alternativas que as mineradoras poderiam utilizar. Inclusive, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, ressaltou que muitas das mineradoras que escoam suas produções minerais pela MG-040, fazem isso porque não podem utilizar a ferrovia da Vale, que seria muito mais seguro. “Vejam bem, alguns dos direitos de lavra pertencem à Vale, mas ela concedeu estes direitos a outras mineradoras menores. E toda a produção mineral não pode ser transportado pela ferrovia da Vale, mesmo o minério, teoricamente, sendo da próprio”, explicou.

O grupo também avaliou a administração e fiscalização da obra. O objetivo é criar uma associação temporária com os municípios associados à AMIG e a Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (AMALPA). Este grupo de trabalho seria formado temporariamente, apenas enquanto durarem as obras, e será responsável por acompanhar, administrar e fiscalizar a execução das obras.

Celeridade nas obras

“O foco do GT-040 é executar o quanto antes essas obras que têm como propósito principal salvar vidas. Vamos fechar e definir o projeto, incluindo os trechos que foram sugeridos hoje e já vamos marcar uma nova reunião para apresentar o projeto para a Invepar Rodovias. E logo após a aprovação da Invepar, levaremos ao Ministério Público e buscaremos os financiamentos necessários para a execução, com data pré-estabelecida de início e fim das obras”, finalizou Cláudio de Souza.

Estiveram presentes na reunião, os prefeitos que compõe o GT: Cláudio Antônio de Souza, de Congonhas, Waltenir Liberato Soares, de Belo Vale, João Marcelo Dieguez Pereira, de Nova Lima, Ângelo Oswaldo, de Ouro Preto, Orlando Caldeira, de Itabirito, além dos prefeitos de Moeda, Décio Vanderlei dos Santos e de Ouro Branco, Helio Marcio Campos; e servidores municipais das cidades presentes.