AMIG promove reunião com mineradora Vale S.A sobre reativação e readequação da Mina de Capanema

Procuradores, secretários e técnicos municipais de Ouro Preto, Itabirito e Santa Barbara participaram da reunião discutiu os impactos causados pelo empreendimento

No dia 26 de março, a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil – AMIG, promoveu uma reunião institucional com colaboradores da Vale S.A., equipes técnicas dos municípios de Ouro Preto, Itabirito e Santa Barbara, e corpo técnico da AMIG. A reunião teve como objetivo trazer informações atualizadas da companhia acerca da previsão do início das operações, local onde se dará o início do jazimento, quantidade de produção estimada, nível de investimentos bem como o tempo de vida útil da mina de Capanema (Mina da Serra Geral S/A).

Durante a reunião, a Vale esclareceu que 90% do jazimento se encontra no município de Santa Barbara, 10% em Itabirito e em Ouro Preto está a instalação do platô administrativo da mina, ou seja, a CFEM será recolhida apenas para Santa Barbara e Itabirito. As obras iniciadas em 2022 para a reativação e readequação de Capanema tiveram um investimento de cerca de R$ 500 milhões e que o projeto já se encontra com 75% de avanço das obras previstas. O empreendimento encontra-se em fase de estruturação e a expectativa de conclusão das obras e início total das atividades está prevista para julho de 2025.

Com um contingente de cerca de cindo mil profissionais envolvidos na implantação, sendo estes principalmente de fora do município, os municípios demonstraram preocupação quanto aos impactos socioeconômicos que as cidades estão enfrentando desde que o projeto teve seu início. Dentre os principais problemas apresentados, estão o mercado imobiliário inflacionado, saúde pública sobrecarregada e escolas com superlotação, dentre outros impactos.

A AMIG sugeriu aos municípios que criem um relatório com o qualitativo e quantitativo dos impactos, ambientais, econômicos e sociais para apresentar à mineradora. A gerente sênior de relacionamento governamental e institucional da Vale S.A., Heloísa Oliveira Perdigão Cerqueira, se propôs a trabalhar junto aos municípios a fim de minimizar os impactos já existentes e criar possíveis mecanismos de mitigação dos problemas apresentados pelas cidades. 

“A AMIG auxilia, quando necessário, no diálogo entre município e empreendimentos minerários. Entendemos que os municípios têm autonomia para construir essa relação de contribuição mútua. No entanto, a partir de uma demanda solicitada pelo município de Ouro Preto à AMIG para ouvir da Vale S.A. informações sobre o projeto, vimos novamente nesta reunião, a superficialidade da mineradora nas respostas aos questionamentos dos municípios e a falta de transparência demonstrada na execução de seus empreendimentos em territórios municipais. A empresa deveria ter provocado desde o início, junto aos municípios, essa comunicação com o objetivo de construir estratégias que evitassem ou minimizassem os problemas que as cidades vêm enfrentando”, diz o consultor de relações institucionais da AMIG, Waldir Salvador.

Salvador ainda ressaltou que é fundamental que sejam discriminados os impactos passados, atuais e futuros para que a mineradora seja responsabilizada. Além da necessidade de construir um diálogo permanente entre os entes envolvidos para administrar os futuros problemas.

Durante a reunião, ainda foi discutido questões de cunho tributária. Diante do apresentado pela mineradora sobre o processo de extração, beneficiamento e exportação dos minérios, os municípios demonstraram preocupação quanto ao recolhimento de ISS e ICMS da implantação tanto da mineradora quanto das empresas terceirizados envolvidas no empreendimento, de forma direta ou indiretamente. Neste sentido, ficou definido que será agendada uma nova reunião entre municípios, equipe tributária da mineradora e equipe técnica da AMIG para esclarecer essas e outras questões do âmbito tributário da operação em andamento e os tributos futuros do empreendimento, e assim garantir que os territórios não fiquem apenas com o ônus da mineração, mas principalmente os bônus que a atividade traz, além da CFEM.