Desde a última semana, crescem no mercado internacional receios de que as projeções de demanda para a commodity estavam superestimadas. Na segunda-feira (21), com sinais de aumento de oferta, os preços caíram mais de 4% no porto de Qingdao, na China, aos US$ 119,82 por tonelada.
Os analistas do UBS Evidence Lab apontam que os embarques de minério de ferro no Brasil cresceram 5% na semana passada, chegando a 6,8 milhões de toneladas. No comparativo anual, foi registrada queda de 16%.
Os maiores responsáveis pelo aumento dos embarques foram a Vale e a Anglo American, com o sistema Minas-Rio. No caso da Vale, que representa 79% das exportações brasileiras, a alta registrada entre as semanas foi de 8%, o que corresponde a 5,6 milhões de toneladas.
A companhia, porém, ficou abaixo do patamar verificado em agosto. No mês passado, a Vale atingiu o maior nível de exportação do ano, chegando a 6,8 milhões de toneladas. Para o UBS, o nível de produção atual está abaixo do necessário diante da projeção de 310 a 330 milhões de toneladas de produção em 2020.
Por outro lado, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou queda de 24% nos volumes exportados. A companhia é responsável por 8% da exportação de minério de ferro brasileira e, segundo dados do UBS, está desde o início do ano abaixo de seu guidance de produção para 2020.
Para 2021, as projeções do UBS indicam US$ 85 a tonelada, enquanto em 2022 a cotação deve ser de US$ 75. Os analistas do UBS destacam que os embarques de minério de ferro no Brasil "aumentaram seguidamente" desde o primeiro trimestre deste ano, o que provocou um aumento nos estoques dos portos chineses.
Segundo os cálculos do UBS, o envio de exportações para a China leva em torno de 45 dias. O UBS reafirmou que o setor está sujeito a alta volatilidade.
Os analistas reiteraram a preferência pelos papeis da Vale, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 11,51, enquanto as ações da CSN têm recomendação de venda e preço-alvo de R$ 16,40. As informações são do Valor Investe.