Arrecadação dos royalties da mineração em Minas Gerais acumula quase R$ 1 bi em 2018

Em novo levantamento sobre o cenário da atividade mineradora no país, realizado pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG), agora no início de outubro, foi constatado que a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) em todo Brasil, em setembro, mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando mais de R$ 290,5 milhões, uma variação de 116,84%. Em 2018, Minas Gerais já arrecadou R$ 927,8 milhões, valor 61,15% superior ao acumulado no mesmo período do ano passado.
| MESES | CFEM – MINAS GERAIS | ∆ % | |
| 2017 | 2018 | ||
| JANEIRO | 59.279.789,45 | 84.946.059,23 | 43,30% |
| FEVEREIRO | 67.617.088,09 | 96.319.733,44 | 42,45% |
| MARÇO | 68.718.577,45 | 98.189.283,33 | 42,89% |
| ABRIL | 65.173.859,45 | 100.938.461,33 | 54,88% |
| MAIO | 76.622.391,28 | 98.931.144,81 | 29,12% |
| JUNHO | 68.238.835,34 | 104.698.009,33 | 53,43% |
| JULHO | 63.559.564,60 | 107.300.042,58 | 68,82% |
| AGOSTO | 54.341.126,11 | 113.945.755,34 | 109,69% |
| SETEMBRO | 52.218.239,28 | 122.577.442,85 | 134,74% |
| Total no período | 575.769.471,05 | 927.845.932,24 | 61,15% |
Fonte: Agencia Nacional de Mineração
Entre janeiro e setembro, a arrecadação da CFEM no Brasil já acumula R$ 2,13 bilhões, montante 60% superior ao que foi recebido no mesmo período do ano passado, cujo acumulado foi de R$ 1,334 bilhões.
| MESES | CFEM – BRASIL | ∆ % | |
| 2017 | 2018 | ||
| Janeiro | 138.572.114,85 | 198.697.669,81 | 43,39% |
| Fevereiro | 162.068.809,24 | 220.122.194,76 | 35,82% |
| Março | 151.268.061,21 | 211.052.800,46 | 39,52% |
| Abril | 142.077.725,10 | 217.733.022,32 | 53,25% |
| Maio | 169.579.880,58 | 238.041.101,46 | 40,37% |
| Junho | 157.208.303,18 | 236.346.007,60 | 50,34% |
| Julho | 141.643.637,50 | 249.034.697,92 | 75,82% |
| Agosto | 137.692.768,35 | 271.461.711,63 | 97,15% |
| Setembro | 133.973.640,81 | 290.511.730,58 | 116,84% |
| Total no período | 1.334.084.940,82 | 2.133.000.936,54 | 59,88% |
Fonte: Agencia Nacional de Mineração
A economista da AMIG e responsável pelo estudo, Luciana Mourão, explica que o crescimento da arrecadação da CFEM comparado a 2017, está relacionado às mudanças na legislação que alterou a base de cálculo e a alíquota das substâncias minerais. “O melhor desempenho observado no mês de setembro, quando comparado ao mês de agosto, deve-se aocrescimento no volume da produção mineral do país”, diz.
Embora Minas Gerais seja, historicamente, o maior produtor mineral e o maior recolhedor da CFEM do país, o estado do Pará vem registrando maior arrecadação nos últimos dois meses quando comparado com MG. Em agosto, Minas Gerais arrecadou R$ 113,9 milhões, enquanto o Pará arrecadou R$ 121 milhões. Já em setembro, a arrecadação da CFEM em MG foi de R$ 122,5 e no Pará esse montante foi de R$ 127,8 milhões. Segundo Luciana Mourão, a elevação observada na arrecadação do Pará reflete o aumento na produção de minério de ferro no Projeto S11D, localizado em Canaã dos Carajás. “A tendência é que esse cenário se mantenha para o próximo ano, já que a expectativa de produção no complexo chegue a 90 milhões de toneladas”, afirma.
R$ 157 mi aguardam definição dos municípios impactados
De acordo com a Lei 13.540/2017, a distribuição da CFEM destina 60% para os municípios produtores, 15% para o Estado, 10% para União e 15% serão concedidos aos municípios impactados e afetados pela atividade de mineração. São considerados municípios afetados pela atividade de mineração aqueles cortados por minerodutos ou ferrovias que transportem substâncias minerais; os que possuem operações portuárias ou municípios onde se localizam estruturas de mineração tais como pilhas de estéril, barragem de rejeitos ou instalações de beneficiamento.
No entanto, a Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão que irá definir quais os municípios se encaixam nos critérios estabelecidos ainda não concluiu a apuração dos que serão contemplados.
Desde a publicação do Decreto 9.407/2018, o valor que os municípios impactados e gravemente afetados têm a receber já somam R$ 157 milhões (valor acumulado de junho a setembro). Estes valores estão retidos no Tesouro até que a ANM publique a relação.