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Vale cita Covid-19 como uma das razões para reduzir meta de produção
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Vale cita Covid-19 como uma das razões para reduzir meta de produção

ABIFER –  21.04.2020 |  Alexandre Valdes |  Notícias do Mercado

Empresa confirmou que trabalha com um cenário no qual a empresa pode, eventualmente, ser mais duramente afetada pelos efeitos da pandemia

A Vale confirmou hoje que trabalha com um cenário no qual a empresa pode, eventualmente, ser mais duramente afetada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus.

“No futuro, o impacto do COVID-19 nas operações da Vale poderá ser mais significativo”, disse a empresa no relatório de produção do 1º trimestre de 2020, divulgado no começo da noite.

A posição cautelosa da mineradora se apoia em três fatores:
1) potencial aumento de ausência de pessoal (absenteísmo) em minas e usinas de processamento, caso seja preciso ampliar medidas de segurança contra o novo coronavírus;
2) adiamento de paradas de manutenção programadas na área de metais básicos e
3) eventuais restrições mais severas impostas por autoridades para acesso dos funcionários às operações, o que pode restringir o contingente mínimo de mão-de-obra.

As possibilidades levantadas pela mineradora comprovam o grau de incerteza com o qual vivem as empresas no atual momento da pandemia. No setor produtivo industrial, as incertezas são igualmente relevantes, como mostram as declarações da Vale.

Até agora a empresa vem emitido sinais de que, apesar da gravidade da pandemia, a sua posição continua relativamente confortável uma vez que o mercado internacional de minério de ferro – o principal produto da companhia – tem se mostrado resiliente, apesar de o preço da commodity estar sujeito à volatilidade.

O fato de o preço do minério de ferro não ter caído tanto quanto o do petróleo, por exemplo, se explica porque a oferta de minério continua restrita, enquanto a demanda no principal mercado – a China – se mantém relativamente firme.

A China representa cerca de 70% da demanda internacional de minério de ferro. A Vale tem dito que a China vem retomando os níveis de atividade depois de ter sido duramente atingida pelo novo coronavírus. O problema de demanda para o minério de ferro está, portanto, fora da China, especialmente na Europa.

No relatório de produção a Vale reconhece, inclusive, que a covid-19 é um dos elementos que a estão levando a reduzir a meta de produção de minério de ferro para o ano de 2020. Essa previsão está sendo reduzida do intervalo de 340 milhões a 350 milhões de toneladas para 310 milhões a 330 milhões. A meta de produção de pelotas de minério de ferro cai de 44 milhões de toneladas para um nível 35 milhões a 40 milhões de toneladas este ano.

A companhia listou como motivos para essa revisão a perda de volumes no primeiro trimestre do ano, impactados negativamente em parte pelas fortes chuvas. Mas também porque a covid-19 está provocando atrasos na retomada de operações interrompidas, caso das minas de Timbopeba e Fábrica, em Minas Gerais, cujos processos de inspeções, avaliações e autorizações se tornaram mais lentos por causa dos efeitos da pandemia.

Daniel Sasson, analista de mineração e siderurgia do Itaú BBA, considera significativa a redução na meta de produção de minério de ferro da Vale e diz que a medida poderá ter efeitos sobre os preços da commodity no mercado. “Isso [a redução da meta de produção] pode ter um efeito positivo nos preços do minério de ferro. Dependendo da magnitude [da alta dos preços], pode até compensar a perda de volume para efeitos de resultados [da companhia]”, disse Sasson.

O Itaú BBA trabalha com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para a Vale da ordem de US$ 2,95 bilhões no período janeiro a março deste ano, com queda de 23% em relação a igual trimestre do ano passado. A razão para a queda projetada está nos menores volumes de produção e vendas do primeiro trimestre. Os resultados contábeis da Vale no primeiro trimestre do ano serão conhecidos no dia 28 deste mês.

Os dados divulgados hoje evidenciam que a produção de minério de ferro da companhia totalizou 59,6 milhões de toneladas entre janeiro e março, com queda de 18,2% sobre igual período de 2019. As vendas de minério de ferro somaram 51,6 milhões de toneladas no período, caindo 6,8% ante o primeiro trimestre de 2019. 

Fonte: Valor
Data: 17/04/2020

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